quarta-feira, 11 de maio de 2011

Abrindo mão do controle


"...Vocês estão nas minhas mãos assim como o barro está nas mãos do oleiro." (Jr 18.6)
Bom, mais um dia de terapia, que gerou uma série de questões para processar no meu coração. O que mais me chama a atenção no momento é uma sensação "estranhamente boa" de perceber que finalmente não estou no controle do meu processo de restauração. Meu Deus, como é bom poder considerar alguém "poderoso" e confiável o suficiente para decidir o rumo da conversa, confiar que esse alguém vai conduzir todas as coisas e ter a certeza de que o futuro está assegurado. Ao mesmo tempo que é bom, é estranho, porque não estou acostumada com isso. Às vezes me sinto um pouco desconfortável nesse novo papel. Quem conduz a sessão (a hora de falar sobre cada assunto, o lugar de sentar, a hora de fazer o pagamento e marcar a próxima, etc) é ela, e não eu. Falando assim pode parecer algo autoritário, mas o que eu percebo é uma condução, e não uma imposição. 

Isso tudo me faz lembrar que no fim das contas, é assim que Deus age conosco. Nós estamos nas mãos de Deus, o nosso pai, assim como o barro está nas mãos do oleiro, ou como um paciente está nas mãos do terapeuta durante a sessão de psicoterapia. Pode ser algo óbvio, mas não é assim tão fácil de fazer na prática. Olhando pra trás, eu percebo que em toda a minha caminhada de restauração nos últimos anos, eu me mantive no controle. Claro que eu cresci muito com todas as descobertas que fiz, com o fato de ter falado sobre os grandes segredos pela primeira vez... vejo a grande transformação que isso gerou na minha vida. Mas também  tenho que admitir que o controle sempre foi meu, quando eu escolhia o que contar, pra quem contar, a hora de contar. A montagem do quebra-cabeças da minha vida estava toda nas minhas mãos. Eu consegui deixar muitas pessoas me ajudarem, mas a decisão final, em tudo, era sempre minha.

Hoje eu pude perceber que esse controle já estava me cansando, me deixando sufocada, angustiada. E eu não quero mais isso. Estou abrindo mão do controle da minha vida, por mais que isso me deixe desconfortável. No momento, escolho entregar para a minha psicóloga esse controle, o "poder" de relacionar o passado com o presente de forma que eu possa viver melhor. E que Deus, o " grande oleiro", conduza todas as coisas!


Um comentário:

  1. Que post lindo bb, e a música tb, tocante! Amo ver vc assim, indo cada vez mais alto, vencendo sempre um pouco mais. Deus ainda tem coisas inimagináveis pra fazer em vc, e através de vc! Te amo, é bom caminhar com vc perto,mesmo longe. Bjs, Mile

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